Uma vez mais, o Observatório da Cultura de Porto Alegre marcou presença no Seminário de Políticas Culturais da Casa de Rui Barbosa, que ocorreu em maio passado, no Rio de Janeiro, ao longo de quatro dias de intensa programação.
Desta vez, a convite do Itaú Cultural - cujo Observatório, parceiro do evento, comemora este ano uma década de existência - participamos da mesa intitulada "Observatórios Culturais: Ações e Perspectivas" que contou, além de nós e do observatório "anfitrião", com a participação de representantes do Observatório da Diversidade Cultural e do Observatório de Favelas. O painel vai render um conjunto de textos, a ser publicado em breve.
Agradecemos à organização do evento pelo convite, que expressa um reconhecimento nacional ao trabalho do nosso Observatório, que evidentemente nos deixa felizes.
A publicação com os anais do Seminário (mais de 2 mil páginas!) já está disponível para baixar, gratuitamente, aqui.
Compartilho aqui o vídeo do painel sobre Observatórios. (Tem outros no canal do Seminário)
"Não se pode conceber a possibilidade de administrar um país sem dados estatísticos, pois que, sem eles, tudo é feito arbitrariamente, sem fundamento, sem critério e com grave prejuízo para o povo, que é a vítima dos atos levianos dos que governam sem doutrina e dos que administram por vagas inspirações, sem dados positivos em relação aos diversos ramos do serviço público" [Júlio de Castilhos, 1889]
Uma ideia que deu certo: dar voz e rosto a quem recebe apoio
Como parte das comemorações de meio século de existência, o National Endowment for the Arts - agência pública de fomento às artes dos EUA - lançou uma série de vídeos, produzidos a partir de um chamado à comunidade artística e cultural de todo o país para relatarem suas experiências com as artes e particularmente sobre a importância do apoio governamental para "a variedade e vitalidade das artes no país".
A série, composta de mais de 60 vídeos curtos (3 min.), recebeu o título de United States of Arts, e incluiu depoimentos do público, artistas, gestores, membros do Congresso e até da Primeira-Dama Michele Obama, e acaba de ser indicada ao Emmy, maior prêmio da Televisão estadunidense.
O NEA distribuiu em 2015 US$ 116,9 milhões, recursos que se multiplicam ao chegar ao destinatário, por exigirem contrapartidas das agências estaduais e também pela forte tradição de doações privadas existente por lá. (mais dados no infográfico, ao lado)
Já no Brasil, o chamado "mecenato" (Lei Rouanet) distribuiu, em 2015, cerca de três vezes mais (R$ 1,1 bilhão), sob a forma de renúncia de imposto de renda, gerando apenas R$ 52 milhões em recursos privados de contrapartida, conforme o SalicNet.
A gente chega a ficar em dúvida: realmente faltam recursos para a cultura por aqui?
Fica a dica para o nosso Ministério da Cultura, de uma série de videos como uma boa ideia a ser copiada. Tanto como ferramenta de prestação de contas, já que se trata de recursos públicos; quanto para iluminar o atual e complexo debate sobre o assunto, dando voz e rosto àqueles que se beneficiam do apoio do Estado. E de quebra ainda pode render prêmio.
A série, composta de mais de 60 vídeos curtos (3 min.), recebeu o título de United States of Arts, e incluiu depoimentos do público, artistas, gestores, membros do Congresso e até da Primeira-Dama Michele Obama, e acaba de ser indicada ao Emmy, maior prêmio da Televisão estadunidense.
O NEA distribuiu em 2015 US$ 116,9 milhões, recursos que se multiplicam ao chegar ao destinatário, por exigirem contrapartidas das agências estaduais e também pela forte tradição de doações privadas existente por lá. (mais dados no infográfico, ao lado)
Já no Brasil, o chamado "mecenato" (Lei Rouanet) distribuiu, em 2015, cerca de três vezes mais (R$ 1,1 bilhão), sob a forma de renúncia de imposto de renda, gerando apenas R$ 52 milhões em recursos privados de contrapartida, conforme o SalicNet.
A gente chega a ficar em dúvida: realmente faltam recursos para a cultura por aqui?
Fica a dica para o nosso Ministério da Cultura, de uma série de videos como uma boa ideia a ser copiada. Tanto como ferramenta de prestação de contas, já que se trata de recursos públicos; quanto para iluminar o atual e complexo debate sobre o assunto, dando voz e rosto àqueles que se beneficiam do apoio do Estado. E de quebra ainda pode render prêmio.
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