Ranking global do Soft Power: Brasil se destaca pela cultura e engajamento

Indicador cultural coloca o Brasil na 19a. posição entre 30 países. Na pontuação geral, cai para 29o. lugar.


Em sua quarta edição, o relatório Soft Power 30, publicado pela consultoria Portland Communications, analisa dados de 30 países para constituir um ranking do soft power, "poder brando" ou "suave" em tradução literal, conceito criado pelo cientista político norte-americano Joseph Nye, no âmbito das relações internacionais entre os países. Em oposição ao hard power, identificado com o poderio militar ou econômico, utilizado pelas nações que o detêm como forma de defender seus interesses, o soft power atua pelo convencimento amigável, a partir de três valores pelos quais um país se compromete, segundo Nye: os valores políticos, a cultura e a política externa.

O próprio autor explica: "O conceito básico de poder é a capacidade de influenciar os outros para que façam o que você quer. Basicamente, há três maneiras de se fazer isto: uma delas é ameaçá-los com porretes; a segunda é recompensá-los com cenouras; e a terceira é atraí-los ou cooptá-los para que queiram o mesmo que você. Se você conseguir atrair os outros, de modo que queiram o que você quer, vai ter que gastar muito menos em cenouras e porretes."

Ampliando o conceito original, o estudo da Portland estabelece seu ranking com base em dados agrupados em seis dimensões, que indicam para cada país:

  • DIGITAL - Sua infraestrutura digital e sua capacidade para a diplomacia digital.
  • CULTURA - O alcance e o apelo global da sua produção cultural, seja no âmbito da cultura de massa ou da "alta" cultura (erudito). 
  • EMPREENDEDORISMO- A atratividade do seu modelo econômico, ambiente negocial amigável e capacidade para a inovação
  • EDUCAÇÃO - A qualidade do seu capital humano, investimentos em bolsas de estudo e atratividade para estudantes de outros países. 
  • ENGAJAMENTO - A força da sua rede diplomática e sua contribuição para o engajamento e desenvolvimento global.
  • GOVERNO - Seu comprometimento com a liberdade, os direitos humanos e a democracia, e a qualidade das suas instituições políticas. 

Além destes critérios, baseados em indicadores objetivos, compilados de diversas fontes, a pesquisa inclui entrevistas com 11 mil pessoas em 25 países (entre os quais 500 brasileiros), sobre a percepção subjetiva em relação a países estrangeiros (ver a coluna da direita na figura acima).

Clique para acessar a pesquisa
"Cultura" e "Engajamento" são os dois critérios em que o Brasil pontuou melhor nas quatro edições da pesquisa. Na mais recente, ficou na 19a. posição nesses dois critérios. Resultado que sugere que o país, ainda em busca de um modelo de desenvolvimento e de um lugar de destaque no "concerto das nações", de que falava Mário de Andrade, tenha algo a aprender debruçando-se sobre (e fortalecendo) seu potencial cultural.


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