Entre frequentadores assíduos de cinema, predominam solteiros. Para shows e bailes, predomina o sexo masculino. Exclusão entre negros é maior.
Damos sequência ao cruzamento de dados da nossa pesquisa sobre consumo cultural em Porto Alegre, iniciado na postagem da semana passada.Sexo
A pesquisa entrevistou 626 mulheres (51,3%) e 594 homens (48,7%). Diferenças significativas de frequência entre os sexos ocorrem em poucos tipos de atividades culturais. Entre os frequentadores assíduos de shows musicais, a maioria é de homens (39,7%, contra 33,1% de mulheres), o mesmo acontecendo entre os que costumam sair para dançar (41,8% x 36,9%).Já os excluídos da música de concertos e ópera são mais frequentemente mulheres (69% x 65,2%). No caso de espetáculos de dança, ocorre o contrário: 62,5% são homens e 55,1% mulheres.
Raça ou Cor
Em relação a esta variável, 847 entrevistados (69,4%) declararam-se brancos, 259 pretos (21,2%) e 89 pardos (7,3%). Para uma melhor representatividade, em função do tamanho da amostra, pretos e pardos foram considerados em conjunto na análise (como “negros”), totalizando 28,5%. Devido à pouca representatividade, não utilizamos as respostas dos 23 respondentes que se declararam indígenas (1,9%) e dos 2 da raça amarela (0,2%).As percentagens de frequentadores assíduos são maiores entre brancos do que entre os negros, para quaisquer das atividades pesquisadas (embora, em alguns casos, a diferença fique dentro da margem de erro). A maior diferença em termos proporcionais encontra-se no público teatral: são 10,2% entre brancos, 2,2 vezes mais do que entre negros e pardos (4,6%). Em termos absolutos, está no cinema, com 43,3% para brancos contra 30,5% para negros. Em média, a probabilidade de um branco ser frequentador assíduo de alguma das atividades consideradas é 42% maior do que para um negro.
Também as taxas de exclusão são maiores entre negros do que entre brancos, para todas as atividades pesquisadas. Em média, as chances de um entrevistado ser excluído são 50% maiores para negros.
Estado civil
Quase a metade da amostra (48,4%) é de pessoas casadas ou que vivem em união estável, seguidas pelos solteiros (38%). Separados são 7,3% e viúvos, 5,7%. Os frequentadores assíduos distribuem-se de forma bastante desigual, em relação a diversas atividades culturais, conforme seu estado civil. Mais da metade dos solteiros, por exemplo, são assíduos ao cinema (56,5%), percentual que não é igualado em nenhuma outra atividade, em nenhum estado civil. Casados assíduos ao cinema, por exemplo, são apenas 30,3%. Situação semelhante ocorre em relação a shows musicais (46,4% entre os solteiros; 31% entre casados) e bailes (48,8% contra 35,5%). Somente 1,7% dos solteiros (8 entre 463 entrevistados) frequentaram concertos no último mês, sendo esta a menor porcentagem para qualquer estado civil e atividade. Tendência inversa ocorre nas atividades de público menos numeroso, como os concertos e ópera, onde são assíduos 4,9% dos casados, contra apenas 1,7% dos solteiros; assim como nos espetáculos de dança (8,3% contra 4,8%) e circo (6,1% contra 3%), ainda que essas diferenças estejam dentro da margem de erro.Já as pessoas que nunca frequentaram eventos culturais são proporcionalmente mais numerosas entre os viúvos, para quase todos os tipos de eventos, com exceção do circo. (No caso da dança ou balé, em que os excluídos representam 62,9% dos viúvos, há um empate técnico com os solteiros, com 63,5%). A maior taxa de exclusão ocorre entre os viúvos para a música erudita: 77,1% nunca frequentaram.
A pesquisa Usos do Tempo Livre e Práticas Culturais entrevistou, entre novembro e dezembro de 2014, 1.220 porto-alegrenses de ambos os sexos, com idade a partir de 14 anos. As entrevistas foram feitas a domicílio, sendo a amostra estratificada segundo idade, sexo e residência nas 17 regiões da cidade. A margem de erro calculada é de 2,8% para mais ou para menos. Os dados da pesquisa estão disponíveis aqui.
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