Em junho de 2008, finalizei a primeira proposta de implantação do observatório da cultura de Porto Alegre, tendo enviado o documento ao secretário Sergius Gonzaga e Secretária Adjunta Ana Fagundes, que manifestaram simpatia pela idéia, simpatia que teria sido compartilhada pelo então prefeito José Fogaça, segundo Sergius.
O documento foi resultado das pesquisas que fiz na internet, desde 2004, quando assumi a gerência do FUMPROARTE, período em que coletei bibliografia a respeito de política cultural; e ao meu exercício na Câmara/Colegiado Setorial de Música e do Conselho Nacional de Política Cultural, junto ao MinC, desde 2005, que me permitiram uma enriquecedora participação em encontros pelo país, sobre temas ligados à gestão pública da cultura, incluindo as duas Conferências Nacionais.
A seguir, iniciamos conversas com colegas interessados no assunto, em especial Breno Ketzer e Andréa Menezes, que à época cursavam Especialização em Economia da Cultura na UFRGS. Outras pessoas que fizeram este curso também manifestaram interesse em trabalhar no projeto, como a artista plástica Laura Lautert, ex-integrante da CAS do FUMPROARTE, também oriunda daquele curso de pós-graduação.
Em março de 2009, Sergius anunciou em entrevista à ZH a criação do Observatório, ao declarar que eu estaria deixando a direção do FUMPROARTE. Contudo, um ano se passou até que fosse encontrado um substituto para a minha posição, permitindo esta saída.
Em janeiro deste ao, reunimo-nos com Breno e Liege Biasotto, contratada pela Coordenação de Artes Cênicas da SMC, para pensarmos num projeto de seminário sobre o tema da gestão cultural, que poderia vir a ser o evento de lançamento do OC. Noutra reunião, na CAC, recebemos a professora Cláudia Antonello, do PPG-Administração da UFRGS, que coordena um incipientre núcleo de estudos em gestão cultural. Constatamos que a academia não encontra dados disponíveis para pesquisa neste campo, o que pode ser uma direção a ser seguida como prioridade.
Finalmente surgiram as condições materiais para iniciarmos a implantação. Na segunda quinzena de março, finalmente deixei o FUMPROARTE, passando a me dedicar exclusivamente ao projeto do OC. Enquanto aguardo a liberação do espaço físico, nos altos do Mercado Público, dedico-me a ler e reler alguns documentos básicos, e a organizar a bibliografia coletada, checando os links em que foram obtidas. A idéia é em um curto prazo poder distribuir esta bibliografia aos interessados e quem sabe traduzir alguma coisa para o português.
Também fiz alguns esboços para uma logomarca, que foram digitalizados pela Andréa, e estão em fase de avaliação.
"Não se pode conceber a possibilidade de administrar um país sem dados estatísticos, pois que, sem eles, tudo é feito arbitrariamente, sem fundamento, sem critério e com grave prejuízo para o povo, que é a vítima dos atos levianos dos que governam sem doutrina e dos que administram por vagas inspirações, sem dados positivos em relação aos diversos ramos do serviço público" [Júlio de Castilhos, 1889]
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