Perfil do público de Porto Alegre (IV): escolaridade


Estudantes frequentam acima da média

Somente 21,5% dos entrevistados são estudantes, ou seja, declararam ter vínculo ativo com instituição de ensino. A percentagem destes que frequentou eventos culturais nos últimos 30 dias é significativamente superior aos não-estudantes, para qualquer tipo de evento, chegando a ser mais que o dobro para o cinema (66,4% contra 32,5%). O menor impacto desta variável foi registrado no caso dos espetáculos teatrais, onde 11,1% dos estudantes são frequentadores, ainda assim um percentual superior aos 7,9% de não-estudantes. A diferença, contudo, encontra-se dentro da margem de erro.
Já entre os excluídos, repete-se de forma geral a tendência inversa (maior exclusão proporcional à menor escolaridade), com interessantes exceções. No caso dos concertos, os percentuais são praticamente idênticos entre estudantes ou não-estudantes. Para o cinema, atividade em que os índices de exclusão são em geral pequenos, o dos não-estudantes é 4,5 vezes maior do que o dos estudantes, já que somente 2 entre 262 estudantes entrevistados declararam nunca ter ido ao cinema (0,8%). Contudo, para frequência ao circo e a bailes, o percentual de excluídos é maior entre os estudantes.

Escolaridade é decisiva para frequência a atividades culturais

Somente 105 dos entrevistados (8,6%) possui curso superior completo (aí incluídos 17, ou 1,4%, com pós-graduação); 394 concluíram o Ensino Médio (32,3%); 433, o Ensino Fundamental (35,5%) e 277 chegaram até à 4ª Série do EF (antigo primário, aqui chamado abreviadamente de EP) (22,7%).  Conforme o tipo de atividades, verifica-se diferentes impactos da escolaridade nos hábitos da população entrevistada. Bailes são os eventos mais amplamente frequentados por pessoas, independentemente de sua escolaridade, seguidos dos shows musicais. Quanto aos bailes, a variação fica em torno de 10 pontos percentuais abaixo como acima da média de 39,3%: de 27,8% entre os que cursaram o ensino “primário” até 48,3% entre os que completaram o EF. Nos shows de música, a situação é semelhante, ficando a média de 36,4%, entre o mínimo de 28% com EP e o máximo de 45%, com EF completo. Em ambas as atividades, a faixa de escolaridade que tem mais frequentadores proporcionalmente é a que tem o EF.

Diferenças bem maiores entre os hábitos das pessoas situadas em diferentes faixas de escolaridade aparecem na frequência a concertos, exposições e espetáculos de teatro e dança. Nas exposições de fotos, a percentagem de entrevistados que frequentou ao menos uma vez nos últimos 30 dias entre pessoas com ES é mais de três vezes superior (11,4%) do que entre os que tem apenas o EP (3,2%). Números semelhantes aparecem no teatro: 12,4% contra 3,6%. A diferença entre as faixas extremas é ainda mais expressiva no caso da música erudita: 4,8% contra 0,4%.
Há que se destacar, contudo, que tais variações não são tão expressivas quando comparamos a faixa de graduados universitários com aqueles que tem o EF completo, inclusive em algumas atividades são semelhantes os índices. Cinema, concertos, dança/balé e exposições apresentam pouca diferença entre as duas faixas; somente no teatro há uma diferença significativa, de 12,4% (ES) para 8,5% (EF), mesmo assim dentro da margem de erro. Já os shows musicais e bailes, como dito acima, são mais frequentados pela faixa com EF do que a de ES, o mesmo ocorrendo com o Circo.
A associação mais forte que se verifica é entre a frequência assídua e a conclusão do EF. A partir deste grau, as alterações são pouco significativas quando da conclusão do EM ou ES, mesmo no caso da música erudita. Inclusive, em alguns casos, a alteração é para menos: para circo, baile e shows de música, percentual de assíduos decresce do EF para EM e deste para o ES. A exceção desta regra é o cinema, em que a posse do diploma universitário aumenta em 12,2% a chance de encontrarmos um frequentador assíduo.


No outro extremo, vamos agora analisar a exclusão cultural, conforme distribuída entre as distintas faixas de escolaridade. Aqui, existe uma tendência mais uniforme de queda contínua na exclusão, inversamente proporcional ao grau de escolaridade dos entrevistados, com poucas exceções. Em todas as atividades pesquisadas, o maior percentual de pessoas que nunca frequentou encontra-se invariavelmente na faixa com menor escolaridade (EP). No circo e bailes há empate técnico com o EF, considerando a margem de erro. Somente no circo não há queda contínua para cada novo grau escolar, onde na faixa de maior escolaridade encontramos 21,9% de pessoas que nunca frequentaram, contra 15,3 na faixa com EM.
Embora os shows de música, como assinalamos, tenham na distribuição dos frequentadores assíduos uma das mais equilibradas, no caso dos não-frequentadores esses eventos apresentam a maior variação entre as faixas de escolaridade extremas, sendo o percentual de não-frequentadores entre pessoas com EF (15,2%) oito vezes maior do que entre graduados universitários (1,9%). No caso do cinema, esta diferença ainda é alta, de quase seis vezes (entre 5,8 e 1%). A menor diferença ocorre no caso do circo (1,2 vezes), mas nos demais casos é pelo menos o dobro.

A pesquisa Usos do Tempo Livre e Práticas Culturais entrevistou, entre novembro e dezembro de 2014, 1.220 porto-alegrenses de ambos os sexos, com idade a partir de 14 anos. As entrevistas foram feitas a domicílio, sendo a amostra estratificada segundo idade, sexo e residência nas 17 regiões da cidade. A margem de erro calculada é de 2,8% para mais ou para menos. Os dados da pesquisa estão disponíveis aqui.

Perfil do público de Porto Alegre (III): o fator trabalho


Renda importa mais que tempo livre para frequentar atividades culturais

Damos sequência à análise dos cruzamentos de dados da nossa pequisa de consumo cultural, nesta semana abordando o fator...

Trabalho 

Os índices de frequentadores assíduos entre pessoas que declararam ter atividade remunerada (769 respondentes, ou 63% da amostra) são sempre superiores aos que não trabalham, sugerindo que dispor de tempo livre tem menos relevância do que ter recursos para frequentar atividades culturais – não apenas para ingressos, mas para transporte e outros custos associados. Em termos proporcionais, a diferença é mais acentuada entre os frequentadores de circo, onde o percentual entre trabalhadores é quase quatro vezes maior do que entre não-trabalhadores; de concertos (3,4 vezes maior); e de dança (2 vezes). Contudo, como os percentuais gerais de assíduos nessas atividades são pequenos (4,4% para circo, 3,4% para concertos e 6,6% para dança), tais diferenças ficam dentro da margem de erro. Já entre frequentadores de espetáculos de música popular, o fator trabalho influencia pouco: são 37,7% entre trabalhadores, contra 33,9% de não trabalhadores. A exceção à regra fica por conta das exposições de artes, onde frequentadores assíduos são mais comuns entre não-trabalhadores (12,6%) do que entre trabalhadores (11,7%), porém a diferença não ultrapassa a margem de erro. 

Já os dados da exclusão seguem, como de costume, a tendência inversa, com índices maiores entre os não-trabalhadores para todas as atividades. Aqui, a maior discrepância surge em relação aos bailes, onde a exclusão é 2,1 vezes maior entre não-trabalhadores (14,4% contra 6,8%). Já em relação ao circo os índices são muito semelhantes (22,9% contra 23,9%).


Servidores públicos frequentam mais
Os trabalhadores foram classificados conforme o tipo de vínculo: 357 empregados do setor privado (29,3%), 260 autônomos ou profissionais liberais (21,3%), 84 servidores públicos (6,9%), 32 empresários (2,6%) e 26 bolsistas ou estagiários (2,1%) . Observou-se que os frequentadores assíduos são significativamente mais frequentes entre empregados do setor público do que outras categorias, para a grande maioria das atividades culturais. Em muitas delas, a percentagem de assíduos entre os servidores públicos chega ao dobro da média entre os trabalhadores, como nos concertos (11,9%, contra média de 4,6%), dança ou balé, circo e exposições. As exceções ficam com o cinema, em que os servidores públicos são superados pelos bolsistas ou estagiários (54,8% contra 65,4%), atividade em que predomina o público mais jovem, como vimos anteriormente; e o teatro, onde 25% dos empresários são assíduos, contra 19% dos servidores públicos. Chama a atenção ainda o fato de não se encontrarem, entre os 26 entrevistados que se declararam bolsistas ou estagiários, nenhum que tenha frequentado concerto ou ópera, dança ou balê e circo nos últimos 30 dias. Tampouco foi encontrado frequentador assíduo a concerto ou ópera entre os 32 empresários entrevistados.

No aspecto da exclusão, os funcionários públicos mantém uma performance invejável, sendo o fato mais notável o não haver nenhum entre os 84 que não haja frequentado alguma vez um cinema ou show musical. O mesmo, porém, ocorre entre os 26 bolsistas e estagiários, categoria que também apresenta o menor índice de excluídos para exposições de fotos (26,9%). Por outro lado, os empresários são os que apresentam as menores taxas de exclusão para as atividades de teatro (12,5%, menos de um terço da média de 39,9%), dança (25% contra média de 55,1%), exposições de artes (21,9% contra 46%) e circo (9,4% contra 22,9%).

Entre as 451 pessoas que declararam não ter atividade remunerada (37% da amostra), cerca de 1/3 são estudantes, enquanto outro 1/3 são aposentados. O restante dividem-se entre afazeres domésticos e os que estão desempregados ou procurando emprego. As baixas frequências à maioria das atividades reveladas pelos idosos foram confirmadas pelos que se declaram aposentados, sempre com frequências significativamente mais baixas que a média dos entrevistados. Mesmo no cinema, bailes e shows musicais, atividades que apresentam os menores índices de exclusão, não iremos encontrar muitos aposentados entre os frequentadores assíduos, reforçando a tendência a considerar outros fatores como preponderantes sobre a disponibilidade de tempo livre na decisão de frequentar atividades culturais. Somente 12,9% dos aposentados frequentaram cinema nos últimos 30 dias, por exemplo, percentagem 5 vezes menor do que os 64,6% do total dos entrevistados.

Já na categoria dos excluídos tem destaque os que se dedicam a afazeres domésticos, com índices maiores de exclusão para a maioria das atividades (concertos, dança, teatro, exposições e circo). Observe-se que os estudantes, se por um lado apresentam as menores taxas de exclusão em atividades como teatro e exposições, chegando à taxa zero em cinema (todos os 140 estudantes já o frequentarem pelo menos uma vez), em outras tem índice acima da média, como no circo e concertos.

A pesquisa Usos do Tempo Livre e Práticas Culturais dos Porto-Alegrenses entrevistou, entre novembro e dezembro de 2014, 1220 porto-alegrenses de ambos os sexos, com idade a partir de 14 anos. As entrevistas foram feitas a domicílio, sendo a amostra estratificada segundo idade, sexo e residência nas 17 regiões da cidade. A margem de erro calculada é de 2,8% para mais ou para menos. Os dados da pesquisa estão disponíveis aqui.

Perfil do público de Porto Alegre (II): Sexo, raça e estado civil



Entre frequentadores assíduos de cinema, predominam solteiros. Para shows e bailes, predomina o sexo masculino. Exclusão entre negros é maior.

Damos sequência ao cruzamento de dados da nossa pesquisa sobre consumo cultural em Porto Alegre, iniciado na postagem da semana passada.

Sexo

A pesquisa entrevistou 626 mulheres (51,3%) e 594 homens (48,7%). Diferenças significativas de frequência entre os sexos ocorrem em poucos tipos de atividades culturais. Entre os frequentadores assíduos de shows musicais, a maioria é de homens (39,7%, contra 33,1% de mulheres), o mesmo acontecendo entre os que costumam sair para dançar (41,8% x 36,9%).

Já os excluídos da música de concertos e ópera são mais frequentemente mulheres (69% x 65,2%). No caso de espetáculos de dança, ocorre o contrário: 62,5% são homens e 55,1% mulheres.

Raça ou Cor

Em relação a esta variável, 847 entrevistados (69,4%) declararam-se brancos, 259 pretos (21,2%) e 89 pardos (7,3%). Para uma melhor representatividade, em função do tamanho da amostra, pretos e pardos foram considerados em conjunto na análise (como “negros”), totalizando 28,5%. Devido à pouca representatividade, não utilizamos as respostas dos 23 respondentes que se declararam indígenas (1,9%) e dos 2 da raça amarela (0,2%).

As percentagens de frequentadores assíduos são maiores entre brancos do que entre os negros, para quaisquer das atividades pesquisadas (embora, em alguns casos, a diferença fique dentro da margem de erro). A maior diferença em termos proporcionais encontra-se no público teatral: são 10,2% entre brancos, 2,2 vezes mais do que entre negros e pardos (4,6%). Em termos absolutos, está no cinema, com 43,3% para brancos contra 30,5% para negros. Em média, a probabilidade de um branco ser frequentador assíduo de alguma das atividades consideradas é 42% maior do que para um negro.

Também as taxas de exclusão são maiores entre negros do que entre brancos, para todas as atividades pesquisadas. Em média, as chances de um entrevistado ser excluído são 50% maiores para negros.

Estado civil

Quase a metade da amostra (48,4%) é de pessoas casadas ou que vivem em união estável, seguidas pelos solteiros (38%). Separados são 7,3% e viúvos, 5,7%. Os frequentadores assíduos distribuem-se de forma bastante desigual, em relação a diversas atividades culturais, conforme seu estado civil. Mais da metade dos solteiros, por exemplo, são assíduos ao cinema (56,5%), percentual que não é igualado em nenhuma outra atividade, em nenhum estado civil. Casados assíduos ao cinema, por exemplo, são apenas 30,3%. Situação semelhante ocorre em relação a shows musicais (46,4% entre os solteiros; 31% entre casados) e bailes (48,8% contra 35,5%). Somente 1,7% dos solteiros (8 entre 463 entrevistados) frequentaram concertos no último mês, sendo esta a menor porcentagem para qualquer estado civil e atividade. Tendência inversa ocorre nas atividades de público menos numeroso, como os concertos e ópera, onde são assíduos 4,9% dos casados, contra apenas 1,7% dos solteiros; assim como nos espetáculos de dança (8,3% contra 4,8%) e circo (6,1% contra 3%), ainda que essas diferenças estejam dentro da margem de erro.


Já as pessoas que nunca frequentaram eventos culturais são proporcionalmente mais numerosas entre os viúvos, para quase todos os tipos de eventos, com exceção do circo. (No caso da dança ou balé, em que os excluídos representam 62,9% dos viúvos, há um empate técnico com os solteiros, com 63,5%). A maior taxa de exclusão ocorre entre os viúvos para a música erudita: 77,1% nunca frequentaram.

A pesquisa Usos do Tempo Livre e Práticas Culturais entrevistou, entre novembro e dezembro de 2014, 1.220 porto-alegrenses de ambos os sexos, com idade a partir de 14 anos. As entrevistas foram feitas a domicílio, sendo a amostra estratificada segundo idade, sexo e residência nas 17 regiões da cidade. A margem de erro calculada é de 2,8% para mais ou para menos. Os dados da pesquisa estão disponíveis aqui.

Pesquisa Usos do Tempo Livre: perfil do público de Porto Alegre segundo idade

Retomamos hoje a divulgação dos resultados da nossa pesquisa Usos do Tempo Livre e Práticas Culturais dos Porto-Alegrenses, cujos dados básicos, publicados em livro, não continham ainda cruzamentos entre as diversas variáveis. Assim, damos continuidade à análise daqueles resultados, relacionando características dos entrevistados - como idade, sexo, cor ou raça, escolaridade, renda, profissão e estado civil - com a frequência com que declararam assistir a eventos culturais como sessões de cinema, shows musicais, circo, concertos ou óperas, espetáculos de dança ou balé, de teatro, exposições de fotos, de pintura ou outras artes e bailes ou outros locais de dança. As perguntas sobre a frequência a esse tipo de eventos ofereciam quatro respostas possíveis: 1) “Sim, ao menos uma vez nos últimos 30 dias”; 2) “Sim, ao menos uma vez nos últimos 12 meses”; 3) “Sim, alguma vez na vida, há mais de 12 meses” e 4) “Nunca”. Nosso foco serão as respostas extremas, caracterizando aqueles que optaram pela primeira como “frequentadores assíduos”; e os que se enquadraram na última, como “excluídos” dessas manifestações culturais.
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Idade x eventos culturais

De maneira geral, à medida que aumenta a idade, tornam-se mais raros os frequentadores assíduos. Jovens de 15 a 24 anos são a faixa etária que apresenta os maiores percentuais de frequentadores assíduos de cinema (59,7%, contra 39,8% do total da amostra), bailes (53,6% contra 39,3% do total) e shows musicais (51,6% contra 36,3%). No caso do cinema, por exemplo, essa parcela cai para 19,1% entre 55 e 64 anos e apenas 8,1% com 65 anos ou mais. Para exposições de fotografia ou de artes em geral, há uma predominância da faixa de 25 a 44 anos. Nas demais atividades, existe uma distribuição mais equitativa dos frequentadores entre as faixas intermediárias, com variações que ficam dentro da margem de erro, porém sempre com redução significativa na de maior idade. Destaca-se o fato de nenhum dos 115 respondentes desta faixa (que corresponde a quase 10% do total da amostra) ter frequentado concerto ou ópera, nem exposições de artes nos últimos 30 dias, enquanto apenas dois (1,7%) frequentaram espetáculos de dança ou balé.

No polo oposto, da exclusão, o maior índice encontra-se novamente entre os jovens de 15 a 24 anos, dos quais 76,9% nunca estiveram em um concerto ou ópera, percentual acima da média da amostra, para esta atividade (67,1%). Um pouco menos pior é a situação da dança ou balé: 67,5% dos jovens de 15 a 24 anos nunca frequentaram essa atividade, contra 58,7% da população em geral. A tendência de uma exclusão maior entre jovens em parte é esperada, se considerarmos que o número de oportunidades para frequentarmos eventos tende a crescer de forma proporcional ao tempo vivido. No entanto, quando se trata de exposições, são os idosos (65 anos ou mais) que apresentam os maiores índices - 64,3%, contra média de 52,9% para exposições de foto; 65,2% contra 49,7% para exposições de artes. O fenômeno se repete no teatro - 53,9% entre os idosos, contra 43,2% na população em geral. Já o circo tem características peculiares. Embora a exclusão em geral seja menor que para outras artes (23,3%), ela aumenta em proporção inversa à idade, atingindo 35,7% na faixa de 15 a 24 anos, o que poderia indicar uma tendência à redução do acesso ou do interesse por essa atividade tradicional, nos últimos tempos, entre os mais jovens. O recorte da pesquisa, porém, ao entrevistar somente pessoas com mais de 14 anos, deixou de fora as crianças, público por excelência do circo, motivo pelo qual seria precipitado concluir algo nesse sentido. Em relação a shows musicais, há duas categorias distintas de exclusão (que poderíamos chamar generacionais): dos 15 aos 44 anos o percentual de pessoas que nunca foram a shows (entre 4,1% e 5,1%) é menos da metade do apresentado entre as pessoas com mais de 45 anos (entre 9,6% e 11%).

A pesquisa entrevistou, entre novembro e dezembro de 2014, 1220 porto-alegrenses de ambos os sexos, com idade a partir de 14 anos. As entrevistas foram feitas a domicílio, sendo a amostra estratificada segundo idade, sexo e residência nas 17 regiões da cidade. A margem de erro calculada é de 2,8% para mais ou para menos. Os dados da pesquisa estão disponíveis aqui.