Contatos com a Academia

Agendamos para a próxima segunda uma reunião de apresentação com a Profa. Cristina Carvalho (PPG-Admin da UFRGS), que fez parte da comissão de seleção do edital pesquisa do Itaú Cultural, e se transferiu de Pernambuco para o RS há cerca de um ano.
Recebemos a visita de uma orientanda do Prof. Stefano Florissi na graduação em Economia, Denise Mello da Silva, por acaso também colega da SMA. Ela está fazendo um TCC com foco nos equipamentos culturais do centro histórico. Não pudemos ajudá-la muito por enquanto, mas sugerimos buscar informações junto ao programa Monumenta.

Trabalhando no projeto para o edital da Agenda 21

Laura e eu estivemos na UNISINOS, conversando com a Profa. Cristina Schneider. Levamos nossas sugestões de temas e nomes para o Seminário e Curso de Extensão. Solicitamos que ela prepare uma proposta de curso a ser apresentada na próxima reunião dos dirigentes de cultura da RMPA, na semana de 7 a 11 de junho. Remetemos à Cristina um modelo de Plano de Trabalho, para uma formalização prévia de acordo entre o município de PoA e a UNISINOS, que deverá ser anexado ao projeto, bem como algumas informações sobre a UNISINOS, que devem constar do formulário.
Enviamos aos dirigentes um modelo de documento de adesão, para ser assinado e anexado ao projeto.
Solicitamos à ASSEPLA a lista dos projetos de intercâmbio realizados pela SMC, e à Secretaria de Relações internacionais uma relação dos subsídios internacionais recebidos nos últimos anos, ambas as informações necessárias ao projeto.

Uma manhã na Casa Torelly

Laura e eu estivemos reunidos com a Secretária-Adjunta Ana Fagundes para relatar o que já fizemos até agora e encaminhar algumas questões em aberto. Ana colocou como uma das pesquisas prioritárias a elaboração de um catálogo dos espaços culturais, integrado a um banco de dados que agregue toda a programação cultural da cidade, na internet. (Mais tarde, conversando com Luti Pereira, coordenador da Descentralização, descobri que existe um levantamento prévio sobre espaços culturais da periferia, utilizado na programação do PoA em Cena. Ele ficou de me enviar.)
Solicitei a ela que seja garantido um recurso do FUNCULTURA para a ASSESPE no orçamento de 2011.
Após, fomos fazer um breve levantamento da documentação existente na casa torelly, sob a guarda da ASSEPLA, que compreende basicamente (para nossos interesses): relatórios de atividades anuais, anuários estatísticos anuais, orçamentos anuais e relatórios mensais de metas físicas. Todos eles dispõe de séries históricas de mais ou menos 10 anos, o que nos permitirá fazer comparações e traçar evoluções, por mais que alguns dados sejam consistentes ou não comprováveis. Há também possiblidade de cruzar dados de outros campos da gestão (população, escolaridade, clima, etc.). Oportunamente verificaremos quais desses documentos se encontram digitalizados. Os que não o foram serão trazidos para a ASSESPE.

Edital Rumos Itaú Cultural Pesquisa

Ontem à noite assisti a apresentação do Edital Rumos Pesquisa, do Itaú Cultural, na reitoria da UFRGS. Duas das pesquisas premiadas na primeira edição do prêmio foram apresentadas por suas autoras. Particularmente interessante foi a pesquisa de mestrado de Maria Carolina Vasconcelos Ribeiro, sobre o papel de mediação cultural do SESC-SP.
Também fui apresentado, pela Lígia Petrucci, à Profa. Cristina Amélia Carvalho, da EA-UFRGS, que foi jurada da edição anterior do prêmio.

Mais um belo presente para nossa bibliografia

Ontem à tarde recebi da Universidade de Heidelberg o belo (e pesado) volume The cultural economy, que presumo será muito útil para nosso trabalho. Foi um brinde por ter respondido a um questionário on-line, ano passado, numa pesquisa sobre cultura e globalização.


Pesquisa da EA-UFRGS sobre gestão cultural

Estivemos reunidos na Coordenação de Artes Cênicas para uma produtiva análise crítica do questionário a ser aplicado aos grupos de artes cênicas, como parte de um projeto de pesquisa coordenado pela Profa. Cláudia Antonello. Interessados em estudar a gestão dos grupos de artistas na cidade, procuraram a CAC para localizar seu público alvo. A CAC então viu aí uma oportunidade para conhecer melhor este mesmo público. Para o OC, será um projeto piloto, que mais tarde poderá ser reproduzido em outras coordenações. Num grupo de 8 pessoas, debatemos por quase 2 horas, chegando a um resultado aparentemente muito bom. Originalmente seria restrito ao circo e teatro, mas nossa sugestão de incluir a dança foi aceita.
Hoje estivemos na Secretaria de Cultura de Canoas, apresentando o projeto da Agenda 21 para a rede de secretários da Região Metropolitana. O quorum infelizmente foi aquém do esperado, com a presença de apenas 6 dos 11 municípios que fariam parte da rede: Canoas, São Leopoldo, Alvorada, Cachoeirinha, Dois Irmãos e Porto Alegre. Estiveram presentes também as professoras Mirian Dazzi e Cristina Schneider, do Curso de Gestão Cultural da UNISINOS. A apresentação foi breve e procuramos principalmente ouvir as demandas para podermos oferecer um curso que seja do maior interesse de todos. A principal constatação foi no sentido de o nosso curso à distância ter de dar conta de um público-alvo heterogêneo em termos de formação, que são os trabalhadores das secretarias.

O encaminhamento dado foi de que nos reuniremos com Mirian e a UNISINOS apresentará em uma próxima reunião a proposta do curso já em razoável nível de detalhamento, incluindo custos e horas-aula, para nova rodada de avaliação e aprovação. Marcamos com Mirian novo encontro para o dia 20. Até lá procuraremos finalizar a relação de possíveis professores convidados para o curso e para o seminário.
Hoje apresentamos a proposta do Observatório em reunião com os coordenadores de área da SMC, com o objetivo de receber contribuições e demandas de cada um e gradualmente chegarmos a uma situação em que a coleta de dados sobre nossos eventos e a avaliação de nossos programas e projetos torne-se um hábito institucional consolidado. A apresentação foi bem recebida e teve ótimo retorno.

Seminário Brasil-França (final)

O Secretário da Cultura do Ceará, Francisco Auto Filho (meu conhecido do CNPC), nos deu algumas informações do seu Estado no campo da cultura:
  • O Estado zerou o déficit de bibliotecas nos municípios.
  • O Fundo Estadual de Cultura é CONSTITUCIONAL (Constituição do Estado de 1989), como dotação de R$ 15 milhões e no mínimo 8 editais anuais
  • Todos os municípios firmaram Termo com o MinC para implantação do SNC. Metade deles criou o Sistema Municipal de Cultura (Secretaria, Fundo e Conselho)
  • 1,6% do orçamento estadual para a cultura (2009)
  • R$ 12 milhões de renuncia fiscal, no minimo um edital por ano, projetos avaliados por comissão exclusiva (não pelo conselho)

E fico por aqui. (Curiosamente, as palestras menos interessantes foram justamente as dos convidados franceses.)

Seminário Brasil-França (4)

RICARDO PIQUET – Fundação Roberto Marinho


A FRM tem uma grande contribuição para repensar as instituições museais, tornando-as mais atrativas. Seu paradigma e exemplo mais conhecido é o Museu da Língua Portuguesa.
O trabalho é norteado por princípios como o da imersão temática, uso de linguagens inovadoras e promoção do orgulho de pertencimento.
Atualmente trabalham em 3 grandes projetos (infelizmente todos no RJ): nova sede do MIS, Museu de Arte do RJ & Escola de Arte; Museu do Amanhã, ciência e tecnologia para o futuro do planeta.
 
continua

Destaques do Seminário Brasil-França (2)

Paulo Miguez (UFBA) seguiu com mais números:

  • O Banco Mundial estima em 7% do PIB global o tamanho das indústrias culturais (ou criativas)
  • Os Rolling Stones arrecadaram US$ 150 milhões apenas com ingressos em sua última turnê
  • Os 100 maiores shows de música arrecadaram US$ 3 bi em bilheteria
  • Nos EUA, TV e cinema empregam 2,5% da força de trabalho e 11% do PIB é o tamanho da chamada copyright industry.
Ele alerta para a necessidade de a política cultural pensar a cultura antes pelo viés do simbólico, que nunca pode ficar subordinado ao econômico, em benefício da diversidade cultural, sob pena de apenas reforçar as práticas hegemônicas da indústria.

 
Minha reflexão a partir da sua fala é que o conceito de diversidade cultural veio substituir aquele ("ultrapassado") de “qualidade”, de boa literatura ou artes de qualidade, consideradas hoje em dia, não sem razão obviamente, elitistas, mas cuja falta nos deixava um tanto sem parâmetros. Mas esse novo paradigma, mais "politicamente correta", não causa suas próprias distorções? No limite, o conceito de diversidade não nos levaria a aceitar a exigências crescentes de representação de cada credo, raça, etnia, cor, gênero, opção sexual, região, faixa etária, estilo, e assim por diante ad infinitum? Isso não oculta um certo paternalismo, que leva a privilegiar determinadas obras "sem qualidade" apenas pela sua temática ou pela condição do autor?

Por outro lado, percebo que ainda neste contexto faz-se necessária a presença do Estado Nacional (no passado repressor da diversidade em nome da construção de uma identidade única) para garanti-la com suas políticas, já que o principal instrumento para isso hoje é uma Convenção Internacional da UNESCO, assinada pelos Estados.

 
continua

Seminário Brasil-França (3)

SESSÃO 4 – GESTÃO CULTURAL APLICADA

1. Hermano Thiery-Cherques (EBAPE-FGV)
Com o uso da lógica, dedicou-se a uma provocação a partir da pergunta: "É (mesmo) necessário gerir a cultura?"
(Segundo ele, em épocas de florescimento cultural na antiguidade, não havia esse tipo de ação, enquanto política.)
A seguir, passou à questão: "Se alguém deve cuidar da cultura, quem: o estado, a iniciativa privada ou ambos em comum acordo?"
1. O estado, por ser o garantidor da democracia cultural, do acesso universal. Argumento falacioso, porque a eleição democrática por si só não garante a gestão democrática.
Exemplo de dificuldade, cotidiana para qualquer gestor cultural, que não tem solução lógica: que tipo de critério objetivo nos autoriza a dar mais dinheiro para o cinema do que para o artesanato? Os argumentos habitualmente usados vão desde o currículo ("porque já fez muito"), porque "tem mercado" ou ao contrário, "porque o mercado não sustenta este tipo de produção"; ou porque há o risco de retaliação daquela classe ou segmento; ou ainda porque simplesmente existe a tradição que diz assim (toda a tradição é boa).
Porém me pergunto, em não havendo lógica, devemos abrir mão da decisão ou do recurso? Toda decisão em gestão pública deve ser lógica? Em arte?

 
2. Devemos deixar para a iniciativa privada. Os argumentos falaciosos são:
  • Eficiência: A gestão privada é sempre melhor, porque sobrevive no mercado que é altamernte competitivo
  • Prioridade: o Estado teria coisas mais importantes e prioritárias a fazer. Mas o particular tambem tem: ganhar dinheiro, por exemplo.
  • Governos tem ciclos de vida um tanto curtos (mandatos), então a política sofre solução de continuidade, assim o privado daria mais estabilidade.
  • A gestão da cultura tende a estar em sintonia com a comunidade, por não estar a serviço de ideologias políticas.
3. Seria o poder e o financiamento compartilhados, solução que apresenta um problema, para ele insuperável: como fazê-lo?

 
continua

Destaques do Seminário Brasil-França (1)

Alguns destaques do seminário:
Yann Duzert (FGV) destacou os impressionantes números do crescimento dos negócios de conteúdo digital, via redes de celular e internet. Por exemplo:
  • O mercado de celulares no brasil movimenta R$ 108 bilhões, cresce 7% a.a. mas deve chegar a um crescimento de 20% nos próximos 10 anos. 
  • A Amazon tem hoje 360 mil títulos de livros digitais em catálogo no Brasil e faturou US$ 24 bilhões em 2008). Isso embora apenas 3% da população leia e-books, a maioria lê pouco e quase sempre grátis. O mercado só tende a crescer, seja apoiado na venda, seja na gratuidade sustentada com publicidade. Nos EUA, o mercado de e-books cresceu de US$ 20 para US$ 350 bilhões entre 2002 e 2009.
  • Estima-se que a biblioteca digital do Google tenha 10% livros em catálogo das editoras, 15% em domínio público e 75% fora de catálogo, mas que devem direitos. 
É possível que o futuro da livraria não seja vender livros, mas propiciar a degustação da leitura. O livro virá pela internet.

continua no próximo

Seminário sobre Políticas Culturais na FGV-RJ

Sigo para o Rio de Janeiro, para assistir ao Seminário: Brasil - França: Política e Gestão Cultural - Olhares Cruzados, na sede da Fundação Getúlio Vargas. No próximo post, destacarei algumas coisas que ouvir por lá.

(Clique na imagem abaixo para ler o programa)