"Não se pode conceber a possibilidade de administrar um país sem dados estatísticos, pois que, sem eles, tudo é feito arbitrariamente, sem fundamento, sem critério e com grave prejuízo para o povo, que é a vítima dos atos levianos dos que governam sem doutrina e dos que administram por vagas inspirações, sem dados positivos em relação aos diversos ramos do serviço público" [Júlio de Castilhos, 1889]
Seminário Internacional Políticas Culturais: teoria e práxis
Estou no Rio assistindo a este seminário, promovido pela Fundação Casa de Rui Barbosa.
Seguem algumas notas sobre a conferência de abertura de Isaura Botelho (CEBRAP) - Cultura e Universidade: reconstituindo as trajetórias de alguns diálogos institucionais
O isolamento entre educação e cultura no Brasil é anterior à separação do MinC do MEC, e não ocorre somente no Brasil. O MinC adquiriu maior visibilidade após a gestão Gil, colocando a cultura na agenda política, o que em tese deveria favorecer um diálogo mais efetivo e parcerias concretas entre as duas áreas.
A FUNARTE (criada em 1976, vinculada ao MEC) foi a instituição que mais trabalhou em parceria com as universidades (áreas de extensão), tendo em vista que o MEC não destinava recursos para este tipo de atividades. Porém este arranjo institucional causava retrabalho e sobreposição de atribuições. A partir de 1982, a FUNARTE assume outra postura, passando a exigir das universidades interessadas um plano diretor de cultura, como condição para receber recursos. Para criação deste plano havia necessidade de integração da extensão com as áreas artísticas das universidades, o que é bastante complicado na prática tendo em vista a pequenez dos recursos em disputa e a grandeza das estruturas universitárias.
Quando o Ministério da Educação passa a priorizar a educação básica, a cultura fica ainda mais em segundo plano. A FUNARTE passou a dedicar-se prioritariamente à formação de profissionais na área de artes.
O Ministro Juca Ferreira criou recentemente o programa Cultura e Universidade, porém o programa deveria ter sido assinado pelos dois ministérios, o que evitaria nova superposição de conteúdos e tarefas para os quais o MEC já destina recursos, ou projetos nos quais poderá não ter interesse.
O diálogo deve ser permanente para chegar a resultados concretos, que devem ser favoráveis para ambas as partes.
Parte dessa história é contada no livro dela, Romance de Formação: FUNARTE e política cultural 1976-1990. Edição da Casa de Rui Barbosa.
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