Uma recente pesquisa da Museums Association revelou o impacto devastador dos cortes orçamentários que seguem acontecendo no Reino Unido e em toda a Europa. De 114 museus pesquisados, 51% relataram ter sofrido cortes em 2012 e quase a quarta parte foram obrigados a reduzir o acesso do público, fechando espaços de visitação de forma temporária. 11% fecharam algum espaço de forma definitiva.
Mais de 40% reduziram seu quadro de pessoal; na metade desses, a redução superou 25%. Um dos entrevistados declarou que os cortes colocam em risco a manutenção das coleções, uma vez que o tempo dedicado a esse tipo de atividade foi reduzido. Os conhecimentos técnicos especializados também corre riscos, pois como resultado dos cortes uma pessoa acaba realizando mais de uma função; em outros casos, técnicos demitidos estão sendo "substituídos" por voluntários. 41% dos museus experimentou um corte maior que 10% em seu orçamento. Em resposta, metade desse grupo criou ou aumentou as taxas para visitas escolares.
Apesar de tudo, a pesquisa revelou um crescente otimismo, em comparação com os resultados dos anos anteriores. 36% tem expectativas de melhora na qualidade do serviço para o próximo ano.
Um diretor escreveu: "Os profissionais agora trabalham além de suas funções estritas, simplesmente para manter as coisas funcionando, mas o espírito de equipe está fortalecido pela determinação de não permitir que os cortes afetem o serviço público".
Fundada em 1889, a Museum Association é a mais antiga associação de museus no mundo, congregando atualmente 600 instituições, 250 empresas e 5200 pessoas físicas em seus quadros. O estudo completo (em inglês) está em sua página www.museumsassociation.org/download?id=770702
Outra constatação da pesquisa foi um aumento notável da preocupação das instituições com as estratégias de captação de recursos, especialmente na diversificação de fontes. Neste sentido, uma notícia animadora chega da Comissão Européia, que acaba de incluir o patrimônio cultural como prioridade no Horizon 2020, programa de fomento à pesquisa e inovação para o crescimento e a criação de empregos no continente, que investirá 80 bilhões de euros a partir de 2014. Além do Patrimônio Cultural, o programa prevê (por enquanto) apenas duas outras áreas prioritárias: Agricultura e Energia Atômica.
Fontes: A report for the Museums Association by Gina Evans; "Cultural Heritage to be included in european funding program", by Rebecca Atkinsons para o Museums Journal; e informações do site Museums Association.
"Não se pode conceber a possibilidade de administrar um país sem dados estatísticos, pois que, sem eles, tudo é feito arbitrariamente, sem fundamento, sem critério e com grave prejuízo para o povo, que é a vítima dos atos levianos dos que governam sem doutrina e dos que administram por vagas inspirações, sem dados positivos em relação aos diversos ramos do serviço público" [Júlio de Castilhos, 1889]
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