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trabalho (1994), O ócio criativo (1995) e O futuro do trabalho (1999) - todos traduzidos para o português.
Em sua obra, De Masi procura desbancar o trabalho como supremo valor ético da sociedade capitalista, chamando a atenção sobre o seu oposto - o ócio. Atenção ainda insuficiente, segundo ele, numa sociedade em que a quantidade de horas livres aumenta proporcionalmente à produtividade e à expectativa de vida. Estimativas afirmam que um jovem que hoje tem 20 anos dedicará apenas um sétimo do seu tempo de vida futuro a trabalhar. Em compensação, terá mais de 200 mil horas de tempo ocioso pela frente. Sob esta perspectiva, cresce a importância da cultura, que pode conferir sentido a essa existência, até então consagrada à produção de mercadorias. A redução do tempo e uma melhor organização do trabalho, numa sociedade menos competitiva, segundo De Masi, permitiriam evitar a contradição que se pode encontrar numa mesma família em que o pai trabalha 10 horas diárias e o filho está desempregado. O excesso de trabalho está ligado a um modelo de desenvolvimento que estimula o consumo desenfreado, tendo como premissas a criação incessante de novas "necessidades", pela publicidade; e a fantasia de que os recursos naturais são ilimitados.
O mais recente livro de De Masi lançado no Brasil. |
Sobre a Itália, refere-se ao governo Berlusconi ("um tosco") como uma "ditadura sustentada não pelas armas, mas pela mídia e pelo dinheiro", lamentando que tanto poder não tenha sido usado em prol do país, mas apenas para tratá-lo como "seu próprio quarto de dormir". Em relação ao Brasil, declarou-se esperançoso de que o país possa oferecer ao mundo um novo modelo de desenvolvimento, em vez de insistir na importação os modelos europeus e norte-americanos, ora em crise.
Outra entrevista de De Masi, a Marília Arantes, pode ser lida na íntegra no site Idéia Sustentável.
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