Artigo: Mesmo com aumento de público, museus continuam fora das prioridades do Estado?

O professor, escritor e museólogo Teixeira Coelho, que já foi curador do Museu de Arte de São Paulo (MASP) fala sobre o investimento em cultura no Brasil, e sugere que o investimento em cultura poderia ter um impacto no PIB semelhante a de outras áreas da economia, como no caso do setor agrícola da França. Segue, um trecho do artigo publicado na página do UOL.

Em política cultural, a primeira questão é: como poderia ser? É essa a pergunta básica das ciências, as exatas e as ditas humanas, entre as quais está a política cultural. 
E quando se busca a resposta, a referência, se houver alguma, tem de ser a que estiver lá na frente, não a mediana, nem a pior. Digamos, a França. Em 2011, ainda crise na Europa, o Estado francês investiu 13,4 bilhões de euros em cultura, que apresentou um valor agregado (espécie de PIB na área, tudo somado) de 57,8 bilhões de euros, equivalentes a 3,2% do valor agregado geral da economia francesa. Veja bem: 3,2% é o mesmo índice da produção agrícola da França. 
Com a cotação do euro em R$ 3,28, o valor investido pelo Estado francês é de R$ 43,9 bilhões. Dados de 2012 indicam que o orçamento do MinC para 2013 foi previsto em R$ 2,9 bilhões. O próprio MinC indicava que faria a gestão de uns R$ 5 bi, se incluídos os R$ 2 bi previstos para a Lei Rouanet. Digamos que nada do orçamento do MinC foi contingenciado (não gasto, por ordem do Executivo). 
Digamos que os R$ 2 bi da Rouanet foram de fato aprovados, conseguidos e investidos. Mas, se os dados estiverem corretos e tudo tiver sido executado, o Estado brasileiro terá colocado na cultura uns R$ 5 bi; o francês investiu cerca de oito vezes mais que isso.

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