A conferência incluiu também em seu programa algumas sessões abertas ao público, em espanhol, no auditório do Centro de Cultura Contemporánea. A primeira delas - com a presença de Ramón Zallo, António Ariño e Ángel Gordo López - tratou de "Cultura digital: o desafio da regulação". (foto)
Uma das questões relevantes apontadas ali foi a chamada "privatização" do conhecimento científico, resultante da pressão a que estão submetidos os pesquisadores de universidades públicas (na Espanha como no Brasil) a publicarem os resultados de suas pesquisas em revistas de circulação internacional, editadas por empresas privadas, às quais os autores geralmente cedem de maneira definitiva os direitos sobre os textos publicados. A "pressão" manifesta-se sob a forma de pontuação no ranking acadêmico (no Brasil, através do currículo Lattes).
Este assunto também é tema de estudos do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação-GPOPAI, da USP, como por exemplo A cadeia de produção de livros científicos no Brasil, cuja leitura recomendamos. Vale lembrar que no Brasil, assim como na maioria dos países, a pesquisa acadêmica é financiada, na esmagadora maioria dos casos, com recursos públicos.
O que você acha? Como deveria ser o tratamento do resultado das pesquisas em universidades públicas? E a avaliação dos pesquisadores, com base em suas publicações?
Álvaro Santi - Coordenador do Observatório da Cultura de Porto Alegre
PS - É interessante notar que uma dessas revistas, o International Journal of Cultural Policy, patrocina a ICCPR. Fato que depõe a favor da liberdade de pensamento reinante aqui, certo?
"Não se pode conceber a possibilidade de administrar um país sem dados estatísticos, pois que, sem eles, tudo é feito arbitrariamente, sem fundamento, sem critério e com grave prejuízo para o povo, que é a vítima dos atos levianos dos que governam sem doutrina e dos que administram por vagas inspirações, sem dados positivos em relação aos diversos ramos do serviço público" [Júlio de Castilhos, 1889]
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