Foto: Félix Zucco / Agencia RBS |
Do formato original em U do imóvel, restou um I meio bambo do prédio onde funcionou a Eléctrica, nos primórdios do século 20. Uma ala já desabou, em alguma data perdida no passado. Destroçada por dentro, com o telhado despedaçado e sustentado por ripas de madeira, a casa amarga um destino que mancha a história musical gaúcha.
A salvação da segunda gravadora mais antiga do país (a primeira é a Casa Edison, no Rio, fundada em 1900) pode ser o processo de desapropriação determinado há quase um ano pelo prefeito José Fortunati e que agora está em fase final, de acordo com o coordenador da Memória Cultural da Secretaria Municipal da Cultura (SMC), Luiz Antônio Bolcato Custódio.
A intervenção da prefeitura, após décadas de descaso com o patrimônio, era a única forma de resolver a situação em um local privado envolvido em pendências judiciais.
— Não teria outra forma de se recuperar esse imóvel de tanta importância histórica. O terreno está sendo dividido e, com isso, poderemos fazer a restauração da casa — disse Custódio.
Imóvel pode abrigar um memorial sobre sua história
Uma ação do Ministério Público para que o município restaure a casa, tombada pelo patrimônio histórico, aguarda decisão do juiz desde 16 de dezembro do ano passado. A ação é conexa a outra, do município, que é contra os proprietários. Ainda não há uma previsão sobre a decisão.
Se a Eléctrica for salva a tempo, no futuro o imóvel não deverá se tornar um museu da imagem e do som, como já foi cogitado. O pequeno porte do prédio e o risco de colisão com as funções do Museu Hipólito José da Costa enfraqueceram essa possibilidade.
A opção mais forte, atualmente, é que a casa conte com um memorial sobre a sua história e um tipo de uso vinculado a essa condição. Seria uma forma de a cidade fazer as pazes com o seu passado.
Publicação: Zero Hora (ver matéria)
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