Os paradores são uma rede com quase uma centena de hotéis, administrada por uma empresa pública desde 1991. Sua criação, em 1928, pelo Rei Afonso XIII, atendeu a uma necessidade de oferecer acomodações para uma incipiente demanda turística, em locais de interesse, muitos deles isolados ou sem infra-estrutura adequada para receber os visitantes. Quase a metade deles funciona em prédios históricos, restaurados e adaptados especialmente para a função. Sua permanência e constante ampliação, ao longo de mais de oito décadas e sucessivos regimes de governo (além de uma guerra civil), constitui uma verdadeira política de Estado, que alia o fomento do turismo ao reconhecimento do patrimônio histórico, com o objetivo de assegurar a sustentabilidade de ambos.
Tanto assim que a breve República, instalada apenas 3 anos depois da inauguração do primeiro parador, manteve a iniciativa, ciente da importância do turismo para a economia nacional. Durante a Guerra Civil e com o advento da ditadura franquista, o país experimenta certo isolamento. Com o final da II Grande Guerra, o turismo lentamente vai sendo retomado, inclusive como instrumento de reabilitação da imagem externa do país - que chegou a ser expulso da ONU em 1945. Como consequência, crescem os paradores em importância e número: só em 1966 inauguram-se dezesseis!
Patricia Cupeiro López |
Infelizmente, não obstante seus mais de 80 anos de tradição, os paradores não estão a salvo da crise financeira atual, que reduziu dramaticamente a procura por seus serviços. Após acumular um prejuízo de 77 milhões de euros (até 2011), a companhia acaba de divulgar um plano de reestruturação "para assegurar sua sobrevivência", prevendo a demissão de 644 trabalhadores (ou 14% do total).
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